quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A vida aqui ao lado.

Quis o destino que este pinheiro resistisse a ventos e marés e tivesse vivido durante largos (não sei quantos, mas muitos, de certeza) anos.

Um dia, sabe-se lá porquê, chegou a sua vez. Porquê este pinheiro, porque não algum dos outros que moram a seu lado? Porquê? O certo é que do mesmo só restam as raízes.
Só (?) as raízes!


Quis o destino que este cogumelo tivesse sobrevivido até este dia. Não consigo imaginar qual será, até à data da fotografia, o seu tempo de vida. Mas o certo é que já durará há algum tempo. E tão frágil ele ali está! Rente ao chão, num sítio por onde caminham e correm tantas pessoas. No entanto ele tem conseguido manter-se vivo.

É assim, também a vida das pessoas. Efêmera e frágil. Dependendo de tantos factores e circunstâncias que o homem não domina.
José Alberto

sábado, 26 de setembro de 2009

100 comentários.











Gosto muito de brincar com as palavras. Às vezes pego num monte de palavras, fecho bem as mãos, agito-as e, depois, atiro as palavras ao ar. E é bonito vê-las voar. Tal como balões largados ao vento que se deixam levar para longínquas paragens. Por vezes, nesse caminho, encontram outras palavras, criam empatia e lá ficam em ameno convívio.

Outras palavras há, porém, que são demasiado pesadas e logo caem ao chão. Cumprem o seu destino. Não estavam prontas para voar.

Há muitas coisas que eu sei. Outras há que eu pensei que sabia e que, mais tarde, vim a descobrir que afinal não sabia.

Hoje sei uma coisa que antes não sabia. Treinar para uma maratona que se realiza em Outubro ou Novembro é bem mais difícil que treinar para uma maratona que tem lugar em Março ou Abril.

Isso, eu sei, hoje. Será que amanhã continuarei a saber ou esta verdade deslizará para a secção das coisas que eu pensava que sabia.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Tarde piaste.



Foi àcerca de 1 ano que eu senti a vontade de participar na maratona de Paris 2008. Entretanto, andei numa de indecisões e era assim – Vou? -Não vou. -Vou? - Não vou.

O tempo foi passando e eu continuava a ser um empata, sem nada decidir. Até que passado algum tempo, talvez por volta do fim do ano, tomei a decisão inabalável: Vou!

Lá fui para o computador para formalizar a minha inscrição, o que tentei. Só que do outro lado, veio, logo de seguida, uma notícia que, traduzida para português, diria mais ou menos o seguinte:

Tarde piaste!

É verdade, as inscrições estavam esgotadas.

Acabei por me decidir por Madrid, que também era em Abril, e onde, como costuma dizer o Malato, fui muito feliz.

Este ano, para não me acontecer o mesmo tomei a decisão e agi de imediato. Agora não há que voltar atrás.

Deste modo mato dois coelhos com uma só cajadada: não corro o risco de deixar esgotar as inscrições e estabeleço para mim mesmo um novo desafio para o próximo ano, o que é importante, pois como sabem aqueles que andam nestas coisas a falta de objectivos é a pior coisa que nos pode acontecer.
José Alberto

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

S. João das Lampas . Uma meia diferente.


S. João das Lampas.

Como referi na minha última mensagem, optei, e bem , por me deslocar a S. João das Lampas, para correr esta meia-maratona.

Em boa hora tomei esta decisão. De facto foram vários os pontos que me levam a considerar ter sido uma experiência positiva. Um deles era aproveitar para fazer um treino longo um pouco mais rápido, mais ou menos ao ritmo em que eu espero fazer a maratona do Porto em Novembro próximo. Acabei por completar esta maratona em 1:56:31, pelo que, atendendo ao grau de dificuldade (grande) da prova, considero um resultado positivo.

Outro dos motivos era aproveitar para conviver com alguns amigos da blogosfera, grande parte dos quais eu só conhecia virtualmente, e que agora já conheço pessoalmente. Foi, para mim, um grande prazer ter alguns momentos de conversa com esses amigos. Não vou referir nomes, com receio de esquecer algum, mas eles sabem de quem estou a falar.

Também o facto de nunca ter corrido esta meia e de nem sequer me passar pela cabeça onde ficava essa terra que eu tomei a liberdade de chamar de S. João das Lâmpadas, me motivou, pois o factor novidade conta muito nestas coisas de corridas. E noutras também...

Quanto à prova em si, só tenho elogios a fazer. Verdade seja dita que não sou muito exigente e desde que tenha água nos abastecimentos e não seja atropelado, já me dou por satisfeito. Agradeço sempre às pessoas que, a troco de 5 ou 6 euros, se “dão ao trabalho” de organizar uma “festa” onde eu posso ir “desfilar” os resultados dos meus treinos solitários.

De qualquer modo não posso deixar de realçar a boa organização e o facto de uma terra aparentemente com poucos recursos conseguir organizar uma prova como esta. Mas a verdade é que quando alguém (neste caso o alguém tem um nome Fernando Andrade) sonha, a obra nasce.

Não posso deixar de referir a dureza da prova.
-É dura?
-É!
-E gostaste?
-Sim!
-Voltarias a fazê-la?
-Sim!


José Alberto

sábado, 5 de setembro de 2009

S. João das lâmpadas.




O rapaz andava a treinar para a maratona do Porto e, se bem que andasse um pouco cansado, achou que estaria na altura de “meter” uma meia-maratona do meio dos seus treinos. Assim em geito de brincadeira, digamos, meio a brincar e meio a sério. Ouviu falar numa meia-maratona que se iria realizar, em 12 de Setembro, alí para os lados de Sintra, numa terra chamada São João das Lâmpadas.

Como nesse fim se semana o rapaz iria estar por aqueles lados, achou que seria o sítio certo para dar corda às sapatilhas e lá se inscreveu.

Pesquisou no google-maps, mas nada se S. João das Lâmpadas. De qualquer modo não havia que ter medo, pois chegado a Sintra logo descobriria tal terra. E lá foi.

Quando chegou a Sintra começou a perguntar às pessoas onde era S. João das Lâmpadas. «não conheço», respondiam uns, «nunca ouvi falar», respondiam outros. Lá seguiu mais alguns quilómetros até que viu alguns atletas, a quem fez a mesma pergunta:

- Amigo, sabe-me dizer onde fica São João das Lâmpadas?
- São João das Lâmpadas? Não conheço! Ah, não estará a falar de S. João das Rampas?
É mesmo a uns quinhentos metros daqui. Sempre em frente.

Andou um pouco mais e lá viu um sinal que dizia “São João das Lampas”.

São João das Lampas? Uhm, devem ter-se enganado a escrever o nome.

O rapaz lá levantou o seu dorsal, equipou-se e fez a sua meia-maratona.

De regresso ainda teve tempo para pensar que há terras e gentes que devem muito ao desporto e ao atletismo. Não fosse esta meia-maratona e a esta hora ainda haveria meio mundo que nem sequer imaginaria que existe uma terra, alí para os lados de Sintra, que se chama São João das Lâmpadas, quero dizer S. João das Rampas. Ou será mesmo São João das Lampas?