sábado, 30 de janeiro de 2010

O que é que matou o gato?


Estava eu a pensar num título que se adequasse a este post, quando achei que “a ansiedade matou o gato” estaria perfeito.

Pensava estar resolvido o problema, quando dei por mim a pensar se tinha sido a ansiedade ou a curiosidade que mataram a gato. E, pensando bem, acho que o ditado verdadeiro é “a curiosidade matou o gato”. Problema para mim pois assim o ditado já não serve para o fim em vista.

Também fiquei curioso de saber da origem deste ditado. Voltas e mais voltas à cabeça e depois de muitas pesquisas cheguei à seguinte conclusão. Os gatos, vadios que são, andam muito pelas estradas, logo vêem muitos carros a passar, logo acham que os carros andam muito rápido, logo querem sabem a que velocidade vão (ficam curiosos).
Como não têm melhor maneira de o saber atiram-se à estrada e vão contra os carros para, sofrendo o impacto, ficarem a saber se os carros vão depressa ou devagar. Daí “a curiosidade matou o gato”.

Acho que faz algum (nem que seja pouco) sentido. E isto porque nunca vi nenhum gato ansioso e curioso... sei lá.

Gosto muito de gatos, de cães... é só uma brincadeira.

E vem toda esta “conversa de treta” a respeito da minha recuperação. De facto a ansiedade mata qualquer recuperação que se deseje válida e permanente. Tudo tem o seu tempo e não adianta querer ultrapassar etapas. Quando estamos lesionados temos de saber recuperar lentamente, pois independentemente dos tratamentos há um remédio que só se pode tomar um pouco de cada vez. Chama-se tempo.

È o que eu tenho tentado fazer, aceitar tudo com tranquilidade (olá Paulo Bento) e ir subindo um degrau de cada vez. E parece que assim a recuperação vai resultar. Ontem corri 20 minutos, hoje vou andar 30 minutos de bicicleta e amanhã vou correr 30 minutos. Lentamente. Diz-me o fisioterapeuta para ir aumentando o tempo de corrida, mas não a intensidade e assim o farei.

José Alberto

sábado, 23 de janeiro de 2010

Já ganhei!


Depois de alguns receios quanto à origem das dores no meu joelho direito e de ter feito a TAC, parece que o problema é mesmo a síndrome do trato íliotibial.

A TAC revelou que os meniscos estão em bom estado, assim como os ligamentos do joelho. Fiquei a saber que tenho um problema no ligamento cruzado anterior (ligamento de muita fina espessura, talvez devido a lesão muita antiga com ruptura de parte das suas fibras ou de natureza constitucional). Não será esta a causa da lesão mas terá contribuído.

Posto isto, fiquei mais confiante e iniciei uma nova fase de tratamentos de fisioterapia. Uma nova clínica, um novo fisioterapeuta e novos métodos. E descanso. O certo é que já me estou a sentir bastante melhor e estou confiante que dentro de pouco tempo (uma semana ?) talvez possa voltar a correr.

Entretanto, quiz o destino (?) que os meus tratamentos sejam feitos numa clínica de reabilitação física. O primeiro dia foi de choque. É que os meus colegas de “treino” são maioritáriamente pessoas que estão a recuperar de problemas profundos (AVC’s e outros do género).

Passado que foi o choque inicial, acho que já ganhei muito com esta minha lesão. Deu-me a oportunidade de conviver com a outra face da vida. A vida das pessoas que lutam desesperadamente pela recuperação de faculdades perdidas e para as quais qualquer pequeno passo já é uma enorme vitória.

Enquanto ali estou sou “forçado” a meditar na fragilidade da vida humana e agradeço ao destino ter-me dado esta oportunidade de me tornar mais humano e mais sensível à dor alheia.

Por isso, só posso dizer:

- Já ganhei!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O chupa-chupa do menino.


Passado que foi mais de um mês desde que comecei a sentir dores no joelho direito e porque, apesar dos tratamentos, a “coisa” não evoluiu o suficiente, decidi ir ao médico.

Assim, na passada terça-feira lá fui à clínica fisiátrica, onde expus o meu caso. Mal cheguei apanhei logo o tratamento de choque, ou seja, a minha “dor” e a minha impossibilidade de correr são logo confrontadas com o drama de pessoas que nem sequer conseguem mexer um braço (umas), as pernas (outras), todos os membros e por aí adiante.

De qualquer modo a desgraça dos outros não me pode impedir de procurar a resolução dos meus problemas e de tentar viver em pleno. Até porque todos nós somos candidatos a tais males e basta que os aguentemos se e quando eles nos chegarem.

Entrado no consultório o médico lá me fez o seu exame, tendo feito alguns prognósticos, que, se se confirmarem, não são animadores. Mandou-me fazer uma TAC ao joelho e passar por lá a mostrar os resultados.

E mais, à saída disse-me:

- Enquanto não souber os resultados não pense em correr.
- Não, não penso, também não consigo – retorqui eu.

No dia seguinte voltei ao consultório.

- Senhor Doutor, posso fazer-lhe só uma pergunta?
- À vontade, faça duas.
- Ontem disse-me para eu não correr. E nadar? E andar de bicicleta? Posso?
- Nadar, seguramente, não lhe faz mal nenhum. Bicicleta... também pode.

“Bicicleta... também pode”, era mesmo isso que eu queria ouvir.

Por momentos o meu rosto iluminou-se. Fiquei em silêncio por uns instantes. O médico, talvez admirado pelo silêncio, levantou os olhos, que fixou nos meus. Aquele médico deve ter visto qualquer coisa estranha na minha cara. Fixou-me mais atentamente. Comecei a desconfiar daquele olhar profundo.

Após esses momentos o médico disse-me:

- Bicicleta...pode andar. Mas não é para fazer grandes distâncias. Costuma fazer muitos Kms.?
- Costumo dar umas voltas grandes...
- Não é para ir daqui ao Furadouro e tornar a vir!
- Mas, era mesmo isso que eu estava a pensar fazer. Paciência! Obrigado Senhor Doutor.

Resta acrescentar que de minha casa ao Furadouro (zona de Ovar), ida e regresso são 40 kms., sendo que o regresso é quase sempre a subir, com algumas subidas acentuadas. Já fiz este trajecto inúmeras vezes e dá bastante gozo fazê-lo.

Hoje foi dia de ir fazer a TAC. Vamos esperar alguns dias pelos resultados e logo se verá.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O pai Natal é mau?!


Pai natal irá trazer
Brinquedinhos para nós,
Para a Zeca uma boneca,
Para o Chico um “apico”,
Uma bola de saltar
É o que quer o Baltazar
.

Para mim trouxe-me esta prenda.

Na verdade não sei bem se foi o Pai Natal que me trouxe esta prenda ou se fui eu que já a estava a pedir. O certo é que ela me chegou a casa e aqui ficou.

Tudo começou na por volta do dia 10 de Dezembro, na semana seguinte a eu ter corrido a meia-maratona em Lisboa. Num pequeno treino matinal senti uma ligeira dor no joelho. Não dei muita importância. No dia seguinte a dor voltou, e mais forte. Tive de parar, pois era impeditiva de correr. Vi logo que não estava ali coisa boa.

Fui ao fisioterapeuta, que não teve dificuldade em dianosticar a lesão (síndrome do trato ílio tibial. Não conhecia esta lesão, mas logo fui pesquisar na internet e fiquei completamente esclarecido, pois dizem ser a lesão característica dos corredores e dos ciclistas. Dizem que são precisas cêrca de 6 semanas para recuperação total. Pelo andamento estou a ver que a coisa não vai ficar por menos.

Tenho andado em tratamento e depois de 3 semanas sem correr já tenho o meu “plano de teinos” para as 2 próximas semanas. É o seguinte:

“Amanhã vai correr 20 minutos. Passados dois dias corre 25 minutos. Depois vai correndo dia sim, dia não, aumentando 5 minutos de cada vez que corra.”

Quer isto dizer que, se a coisa evoluir favorávelmente, dentro de 2 semanas irei fazer um treino de 55 minutos. Assim o espero. Caso contrário é porque a “coisa” será mais grave e terei de procurar outras causas, que não o “overuse” para esta lesão.

Maratona de Paris a arder? Faltam 3 mêses, vamos a ver.