terça-feira, 27 de abril de 2010

A alegria dos amigos.

Por vezes alegramo-nos comos nossos feitos. Outras pelos feitos dos nossos amigos.

Foi o que aconteceu neste fim de semana. Dois amigos meus, o João OLiveira e o Artur Rodrigues completaram com sucesso a maratona de Madrid. Foi uma estreia na distância mas que os mesmos viveram com intensidade. Por cá, impossibilitado de participar, fiquei a torcer por eles, e foi com muita satisfação que registei a sua alegria por terem ingressado no clube dos maratonistas.

Parabéns para o João e para o Artur.

sábado, 17 de abril de 2010

Filho da puna.


O Sr. Manuel era (suponho que ainda é) um homem bom. Bom e muito educado.

Era ao Sr. Manuel que, em tempos, quando eu ainda utilizava lareira, quando o frio apertava, eu recorria, pedindo-lhe que me trouxesse 1.000 kgs. de lenha. Precisava dela para amanhã, pois estava muito frio e a lenha que tinha ficado do ano passado já tinha ido à vida.

Dizia a minha mulher: “lembra ao Sr. Manuel que traga lenha limpa e sequinha”.

Geralmente no dia seguinte cá estava o Sr. Manuel. Vinha de Escariz, lá dos lados de Arouca. Autêntico homem do campo, “expert” em matos e lenhas. Trabalhava para as fábricas do papel e a lenha, dizia, era um “biscate”. Por isso é que ele vinha sempre em horas esquisitas. Ou era ao sábado de manhã, mas bem cedo, ou lá para o fim da tarde, mas bem tarde. É que o Sr. Manuel não queria encontrar-se com o pessoal da GNR. Era o eterno problema das guias de transporte da mercadoria, ou, melhor dizendo, da falta delas...

Rápido chegava, rápido partia. Consigo vinha um neto, adolescente, potencial negociante de lenha. Mal chegavam eu abria o portão da garagem, e cá ficávamos os três a descarregar a lenha. O neto inclinava a caixa de carga da camioneta e empurrava a lenha, o Sr. Manuel ficava cá em baixo a puxar a lenha e eu ficava a ver... e a passar o cheque.

Ora, o neto com tanta pressa de descarregar a lenha ás vezes mandava umas axas com mais força. Uma ou outra iam atingir o Sr.Manuel.

- Filho da puna! – dizia o Sr. Manuel, homem bem educado.

Filho da puna, que quer isso dizer? Questionava eu.

E assim, ano após ano a história se foi repetindo até ao dia em que eu mudei o sistema de aquecimento.

Durante a semana que passou andava a sentir-me bem do meu joelho. Por isso, planeei um treino um pouco maior para Domingo. Aproveitei para fazer companhia a dois amigos que vão correr a maratona de Madrid na próxima semana (olá Artur; olá João) e que queriam fazer um treino longo. Combinei com eles e esperei-os aos 18 kms., tendo feito depois, em sua companhia, 14 kms..

Há tanto tempo que eu não comia um bife assim! Aumentei um pouco a distância em relação aos meus treinos anteriores e o ritmo também foi um pouco mais forte, mas nada que metesse medo ao susto.

Gostei! Vim para casa satisfeito.

Na segunda-feira, comecei a sentir o joelho inchado. Na terça idem. Na quarta-feira, a medo, fui correr. Ao fim de vinte minutos senti que era melhor terminar o treino. Mais do mesmo!

- Filho da puna, disse eu.

Filho da puna, que quer isso dizer? Quer dizer dor no joelho, dor na perna, dor na alma...

Mais uma semana para o galheiro.



sábado, 10 de abril de 2010

Centro de alto rendimento em Vermoin.





A atleta Rosa Oliveira, com quem todos nós, ou pelo menos os atletas do norte, já se têm cruzado inúmeras vezes por estas estradas fora, deu uma entrevista ao JN. Agradável de ler essa entrevista e que no fundo constitui uma homenagem a uma atleta que sem ter atingido o estatuto de uma Rosa Mota ou de uma Fernanda Ribeiro nem por isso deixa de ser um bom exemplo a ter em conta.
Mas, o que me chamou mais a atenção foi a parte da entrevista em que a Rosa Oliveira fala das condições (ou da falta delas) para treinar, e dos esquemas que arranjou para conseguir reunir o mínimo de condições.

Passo a citar:
“A correr desde os 10 anos, a atleta sénior lamenta a falta de investimento dos grandes clubes no atletismo. "Houve alturas em que os clubes investiam nas equipas e apostavam no atletismo. Agora é só futebol", referiu. Até nas infra-estruturas, diz Rosa Oliveira, Portugal é pobre. "Treino na estrada, sempre em paralelo, porque é quase impossível encontrar terra que se possa pisar. Está tudo cheio de alcatrão e precisamos de terra para correr", salientou. Para poder correr em terra, fez uma espécie de contrato com alguns agricultores de localidades famalicences. "Falei com eles e, alguns, estão a deixar, nos campos agrícolas, uma faixa de dois metros em que não semeiam nada só para que, eu e a minha equipa, possamos treinar", refere”.

Que nunca as pernas lhe doam.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Tantos pássaros e eu aqui.


Gosto especialmente daquele “postal” que mostra um gato, cheio de apetite, a olhar para uma árvore onde estão muitos pássaros e ele sem lhes poder chegar. Diz o gato,

“Tantos pássaros e eu aqui!”.

Há ainda aquela de um corredor lesionado, em convalescença, que vai à internet, vê blogs e sites de corrida e diz:

“Tantas corridas e eu aqui!”

É bem verdade. Conheço um fulano que já não vai a uma corrida desde princípios de Dezembro do ano passado. Esteve lesionado, andou em tratamento, era para ir à maratona de Paris no próximo dia 11 de Abril, e agora recomeçou a treinar, nas calmas, como convém. O tal fulano recomeçou a treinar há 3 semanas e na semana passada fez treinos num total de 30 kms. Esta semana já correu 20 kms. e com o treino que conta fazer no próximo domingo irá totalizar os mesmos 30 kms.. Os mesmos 30 kms. mas a um ritmo um pouco mais rápido.

Pensava o fulano que isto era chegar e andar. Mas a verdade é que readquirir a forma tem muito que se lhe diga. É como diz o ditado, “as coisas más vêm de repente e as boas vêm devagarinho”.

De qualquer modo o tal meu amigo não está muito descontente com a situação, pois depois de quase 3 mêses sem correr já é muito bom conseguir correr 30 kms. numa semana... se bem que um pouco lentamente.

À falta de outros objectivos esse tal meu amigo está a ver se consegue pôr-se apto para correr uma meia-maratona em Maio. Depois da “travessia do deserto” até que nem seria mau. Vamos lá a ver. Meia-maratona de Cortegaça em 9 de Maio e/ou II Meia-maratona da Areia (Costa da Caparica) em 16 de Maio?