sábado, 29 de agosto de 2009

Berlim. O muro que não caiu.

"Ninguém esperava pelo grande evento. Três meses antes da queda, um homem morrera ao tentar atravessar o muro com um parapente. A poucos dias do 12 de novembro, as guaritas de vigilância da banda oriental ainda impunham respeito com seus soldados fortemente armados.Fazia frio na noite de 12 de novembro de 1989. Mas isso não impediu que milhares de alemães invadissem as ruas para derrubar o famoso Muro de Berlim, símbolo máximo da Guerra Fria. Ali, naquela noite, nas ruas escuras de uma Berlim não mais dividida, escrevia-se mais um capítulo emblemático da História Contemporânea. Após aquele dia, a Alemanha voltava a ser uma só."

"Ela tinha ouvido dizer que o muro tinha sido derrubado. Por todo o lado se falava da queda do muro.

Então, confiante, já na segunda metade da prova, tomou conta da corrida e durante largos quilómetros impôs o seu ritmo. Uma após uma, as suas adversárias foram ficando para trás, incapazes de acompanhar o seu ritmo, até ao momento em que ficou quase sózinha na frente da corrida. Só mais duas ou três atletas a conseguiam acompanhar. O seu ritmo era forte e de confiança.

Eis que, de repente, apareceu o muro. Neste caso o muro de Berlim. E a atleta começou o ficar irremediávelmente para trás. "

No passado domingo tive a oportunidade e o privilégio de assistir à transmissão televisiva da maratona feminina dos mundiais de Berlim. Grande espectáculo! Adorei!

Mas, se houve cena que me marcou foi a do momento em que a russa Yulamanova, que durante largos quilómetros tinha seguido na frente da corrida, com um ritmo decidido e forte, de repente simplesmente “saiu” da corrida. Só isso, quase desapareceu. Ora, isto é a prova provada de que o muro da maratona, o tal muro, existe e está bem forte. E é isto que faz desta prova uma prova especial. Nenhum atleta, por melhor que se sinta num determinado momento, mesmo que esteja a poucos quilómetros da chegada, pode garantir que vai estar bem no quilómetro seguinte.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Estranha(s) forma(s) de vida.


Domingo. 7 horas da manhã. Estaciono o meu carro no sítio de costume, perto da marina do Areinho, Ovar. Faço cerca de 10 minutos de corrida muita lenta, seguida de cerca de mais 10 minutos de ginástica, e estou pronto para a partida para mais um treino longo de fim de semana. Serão 24 kms. que irei fazer a uma média de 6 minutos por Km.

Lá me meto eu à estrada em direcção à Torreira, onde será o meu ponto de retorno. O dia está muito nublado. O nevoeiro está cerrado, poucos metros se vendo em frente. Nada que não seja habitual nesta zona a estas horas da manhã. Concerteza que no regresso o sol já estará a brilhar e terei a oportunidade de ver o seu reflexo nas águas da ria.

Ainda meio a dormir lá sigo eu. Aproxidamente com 500 metros de corrida começo a ouvir música em alto som e carros em alta aceleração. Sigo mais uns metros e passo em frente à discoteca “Rainbow” e noto que ali está a findar o dia. De copo e cigarro na mão, com olhares distantes, música em alto som, alguns jovens apressam-se a terminar o seu dia. Com olhar surpreso olham para mim. Talvez seja a mesma surpresa com que eu olho para eles.

Estranha forma de vida a deles?

Estranha forma de vida a minha?