sábado, 11 de abril de 2009

Trabalhar para o boneco.




Diz-se na gíria que quando trabalhamos e não temos a devida recompensa “trabalhamos para o boneco”.

Ora, isto pode muito bem acontecer na vida atlética de cada um de nós. Não basta o esforço. È necessário que sejam cumpridos e respeitados determinados princípios básicos. A não ser assim, estaremos “trabalhando para o boneco”.

Assim, para que não “trabalhemos para o boneco” tomo a liberdade de citar um trecho do livro “Nutrição no Desporto” do muito conceituado Prof. Dr.Luís Horta.

“Se são já poucos os atletas que se preocupam com os alimentos a ingerir após uma competição, muito menos ainda são aqueles que se preocupam com a dieta a ingerir após um treino de qualidade e intenso. Esta preocupação é extremamente importante, não só a seguir a um treino prolongado mas também depois de qualquer tipo de treino que diminua ou esgote as reservas de glicogénio muscular e hepático. O treino tem como um dos seus principais objectivos, o esgotamento das reservas de glicogéneo a nível hepático e muscular, estimulando, assim, a glicogénese. Se o atleta realizar o treino, gastando, assim, as suas reservas de glicogéneo e estimulando a glicogénese, e a seguir for para casa mas não ingerir uma refeição rica em glúcidos para reconverter as reservas de glicogéneo hepático e muscular, grande parte do efeito benéfico do treino não será atingido. Por vezes o atleta fica pior do que antes do treino, pois gastou as suas reservas de glicogéneo que não foram repostas. Se este erro for cometido ao longo do tempo o atleta pode entrar em estado de fadiga.

Está comprovado cientificamente que a incorporação da glucose nas reservas de glicogéneo muscular é mais intensa e rápida durante a 1ª. e 2ª. horas após o treino. Torna-se progressivamente mais lenta durante a 3ª. e 4ª. horas e é praticamente nula a partir da 6ª. e 8ª. horas. Que conclusão poderemos tirar deste conhecimento científico? Apenas esta: deveremos preencher as reservas de glicogéneo muscular durante a 1ª. e 2ª. horas após o treino. Como? Nos primeiros 30 a 40 minutos após o treino deveremos beber água mineral alcalina com glucose, frutose ou sacarose., Beber pouca de cada vez e em intervalos curtos. Depois e dentro da 1ª. e 2ª.horas após o treino, ingerir uma refeição rica em glúcidos (massas alimentícias, pizza, arroz, legumes, batatas, fruta, etc.). Na prática isto não acontece, pois muitas vezes os atletas após um treino intenso ingerem uma dieta essencialmente proteica ou, então, rica em glúcidos, mas 3 horas após o treino, quando a incorporação da glucose nas reservas de glicogéneo se tornou mais lenta,”

2 comentários:

  1. Amigo José
    tenho o livro, retiro dele bons ensinamentos.
    Luís Horta que é dos nossos, "maratonista" pois claro.
    Continuação de boa preparação para Madrid.
    Abraço.

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